A federação ainda defende que eventuais reajustes para cima não podem ser absorvidos pelas distribuidoras e, consequentemente, são repassados, assim como reduções não são represadas “em função da intensa competitividade do mercado de distribuição, onde hoje atuam mais de 160 agentes”.

O etanol anidro representa hoje 27% da composição da gasolina vendida nos postos (tipo C).

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Na gasolina premium, é de 25%. Esse percentual pode ser alterado por decisão do governo, porém, permanece no mesmo patamar desde 2015.

Na entressafra da cana de açúcar (setembro a março), quando o preço do etanol tende a ficar mais alto, o governo pode optar por reduzir o percentual de álcool na gasolina. Porém, isso não ocorreu recentemente.

De setembro de 2016 a janeiro de 2017, o preço do etanol anidro subiu 11,53% segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Universidade de São Paulo.

O presidente da Fecombustíveis critica a manutenção do índice atual em um cenário de gasolina cara.

— Seria razoável que neste período de entressafra que o governo baixasse o percentual de mistura do etanol anidro na gasolina. Mas aí entra lobby, política…

Distribuidoras regionais

Três grandes companhias dominam hoje 75% do mercado de combustíveis no País: Petrobras, Shell e Ipiranga. Os postos com bandeira têm contrato de exclusividade e não podem comprar de outra distribuidora.

Os outros 25% do mercado brasileiro são dos postos chamados “bandeira branca”, cujos fornecedores são distribuidoras de médio e pequeno porte, normalmente, com atuação regional.

Essas distribuidoras compram gasolina, diesel e álcool quase que diariamente, e acabam conseguindo oferecer aos postos, em alguns casos, valores inferiores aos praticados pelas grandes redes. Na opinião de Soares, esse é um fator positivo.

— Elas [distribuidoras regionais] têm preço livre, porque compram da refinaria da Petrobras todo dia e da usina de álcool também. Então, tem posto bandeira branca que consegue comprar R$ 0,10 mais barato do que as grandes distribuidoras. Algumas delas chegam a se juntar e importam gasolina. Então, isso acaba regulando o mercado, porque os postos de bandeira se veem pressionados a baixar.

Muitos brasileiros têm receio de abastecer em postos bandeira branca por desconhecerem a procedência do combustível.

Recentemente, o Cempeqc (Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados) criou um aplicativo chamado PostoFiel, que ajuda a identificar locais de confiança.

No site da ANP (http://www.anp.gov.br/preco/) também é possível conferir se o preço do posto escolhido está muito abaixo da média na sua cidade. Caso isso se confirme, desconfie.

Importações x produção nacional

Quando a Petrobras adotou a política atual, o preço da gasolina e do diesel estava cerca de 30% mais caro do que no mercado internacional. Hoje a gasolina brasileira está 18,6% acima da média mundial.

Seguindo a ideia de que a companhia iria acompanhar o cenário externo, havia margem para grandes reduções de preço.

Porém, o economista do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz, tem uma aposta para isso não ter ocorrido.

— Eu acho que a Petrobras cobriu os prejuízos mantendo os preços aqui mais acima do que lá fora e depois que cobriu a diferença mudou a regra.

Fonte:http://noticias.r7.com
 

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