Vale a Pena Investir em Estoques de Combustíveis ou Seria Momento de Fazer Caixa?

Nos últimos dias o mundo tem presenciado situações jamais previstas. Nem mesmo os mais pessimistas e muito menos os otimistas poderiam apostar no momento delicado no contexto geral, jamais visto, em especial aqui, no segmento da revenda de combustíveis no Brasil. Estamos inundados de eventos que distanciam a luz no final do túnel.

Estamos em meio as crises sanitárias com o COVID-19, crise no petróleo OPEP e retaliações, crise politica de alto escalão, entre outras que em momento de tensão são desencadeadas.

Mas o que tudo isso tem a ver com meu posto de combustível? Bem, vamos tentar esclarecer ou discutir um ponto importante que impacta diretamente o caixa do posto: Estoque, Precificação e Capital de Giro.

Breve Histórico da Crise no Mercado Internacional de Petróleo – Impacto dos Preços no Brasil

No início do mês de março um verdadeiro caos marca o mundo inteiro: Rússia e Arábia Saudita iniciam uma guerra de preços no mercado internacional do Petróleo.

Algumas ações de intervenções do Governo Norte Americano em conjunto com a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), passou pela tentativa de reduzir o estrago com corte na produção de petróleo, na tentativa de remediar o mercado subindo os preços, que chegou ver margens negativas, com preço do petróleo ficar abaixo de 20 dólares.

Indo direto ao ponto: inicialmente a revenda brasileira já estava apostando em reais benefícios no alivio do seu capital de giro e também na possibilidade em assistir um aumento no volume de vendas no posto. Mas como se diz “nem tudo que parece é de verdade”.

Mesmo com política de preços internos bem definida, a Petrobras coberta de incertezas não reduziu imediatamente os preços, com isso o posto, diante da sua esperança, acompanhou uma lentidão nas tais baixas esperadas, o que ocorreu e ainda vem ocorrendo.

Sem contar com a pressão dos clientes e da sociedade como um todo, cobrando esse reflexo da baixa nos preços das bombas. Enfim, essa sempre foi e sempre será a cruz que o revendedor carregará.

Breve Histórico da Crise Sanitária (COVID-19) – Impacto dos Preços no Brasil

Faltam parâmetros para se identificar as consequências na economia em nível mundial.

Inclusive, antes de entrar em detalhes, vale ressaltar que o COVID-19 contribui no inicio do ano, para a queda dos preços do petróleo internacionalmente.

Meu papel não é discutir sobre política econômica ou sanitária, portanto apenas vou indicar os impactos que tais crises estão contribuindo para nossa análise em questão.

Nesse momento em que escrevo esse artigo, o mercado da revenda já aterrizou e já está pensando em como se manter e sobreviver a tudo isso, criando ainda um plano para a retomada.

Entre os meses de março e abril o lema para o revendedor era: “Fazer Caixa para Sobreviver”

Acredito que já nos meses de maio e junho, o revendedor deverá adotar o lema: “Retomar o crescimento para recuperar volume”.

Inclusive o Portal Seu Posto de Gasolina em conjunto a Academia Brasil Postos estão trabalhando incansavelmente no propósito de levar conteúdos para revendedores de combustíveis, na tentativa de ajudar a reduzir os impactos causados.

E toda essa situação está diretamente ligada ao efeito COVID-19, que fez o consumo de combustível derreter mais de 50% em grande parte das cidades no Brasil. Inclusive relatos isolados, que esse derretimento chegou a 80%.

Motivo esse que dificulta fazer previsões sobre o futuro dos postos em curto prazo.

Resultados das Crises Combinadas – Combustível Escapando Pelo Ladrão

Diante do exposto, não poderia ter um resultado ou análise diferente.

É possível afirmar que nunca na história contemporânea, aconteceu uma redução tão exorbitante do consumo de combustíveis fósseis no Brasil, quiçá no mundo.

Como nunca visto, o petróleo está parado sobre a superfície dos oceanos, petroleiras utilizando navios como espaço de armazenamento.

Os navios embarcados com destino as refinarias, estão basicamente estacionados esperando alguma luz.

Não há dúvidas da severa paralisia no consumo do combustível com esses navios boiando nos oceanos.

Este mapa mostra a atual posição de navios petroleiros, em sua maioria repletos de petróleo.

Estão “encalhados” ao redor do mundo por não ter como descarregar, já que armazéns em terra estão lotados, tubulações estão lotadas, e sem fluxo, pela baixa demanda do petróleo.

E quanto ao Estoque do Posto de Combustível? Quem Paga o Pato? Há Dúvidas?

Agora que você já entendeu a origem que se deu por aquilo que está passando hoje, vamos entrar nos reflexos gerados para o ambiente interno do posto de combustível.

Com essa inundação de petróleo, com certeza significa dizer que os combustíveis fosseis estão escapando pelo ladrão nas distribuidoras de combustíveis.

O que nos leva a entender a baixa de preços atualmente. Mesmo com a resistência das distribuidoras em repassar as reduções, outro grande “gargalo” da revenda de combustível.

Se o represamento da redução da margem fica na distribuidora, logo a redução dos preços nas bombas não ocorre e, como sempre, quem paga o pato são os revendedores. Mas enfim, isso seria um assunto a ser discutido em outro momento.

Enfim: Qual Recomendação Quanto Estoque, Caixa e Capital de Giro? Nesse momento quero mostrar o cenário que vai definir as vantagens ou não de estocar combustível.

Estoques: Vamos lá, desde início de março os especialistas estão recomendando a politica do Just in Time, ou seja, chegada no estoque apenas para o necessário, mediante a capacidade logística de manter estoque mínimo nos tanques versus sua performance de vendas atual e diária.

Isso em razão das frequentes e previstas quedas nos preços de compra do combustível, decorrente da politica de preços da Petrobras.

Muitos revendedores desatentos, prezaram em fazer estoques, com medo da falta de produtos, o que você viu no contexto acima, com inundações de produtos, que nem de longe correremos esse risco (espero).

Enfim, revendedores tiveram perdas significativas de margens. Pois compraram um volume que se permaneceu semanas parados no estoque e não foram vendidos, quando ficou encalhado produtos por falta de demanda.

Ou seja, se comprou gasolina hoje ao preço de R$ 4,50, isso como exemplo, passado uma semana o preço caiu para R$ 4,25, sendo que ele ainda estaria com estoque, inclusive volume alto e com o preço antigo.

Ou seja, se os concorrentes fizeram o recomendado, possivelmente estarão com preços muitos mais competitivos que você, e você forçado a reajustar seu preço, acaba perdendo “dinheiro” na margem.

Porém, ainda existe revendedor que discute o investimento dos estoques. O que está tudo bem se o seu caixa e previsão de vendas está.

Mas uma dica: Não tente especular com os preços na hora de comprar e gerir estoque. Sua especialidade é comprar e vender combustíveis e não apostar em preços “alvos”.

 

Caixa: Vamos lá, já tem posto que não aguentou a falta de giro das margens e ficou para trás, sem dinheiro para repor estoques quando a retomada chegar.

Para esses casos, recomendo acessar nossos conteúdos práticos para tentar reduzir os impactos e conseguir fazer caixa rápido.

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Outros, estão com estoques parados e está faltando capital para pagar as despesas fixas.

Se você revendedor fez a “reserva de emergência” para pelo menos 3 meses, está ótimo, na verdade, menos mal.

Isso costumo chamar de “open door number” ou seja, número (R$) que manter as portas da empresa aberta, o que possibilita você ter uma elasticidade em caso de ofertas agressivas das distribuidoras, neste caso, sendo bandeira branca.

Minha recomendação nesse momento se dá pela preferência em caixa, caso você não tenha reservas financeiras e esteja no sinal “amarelo” quanto seu capital de giro.

Dica: Cuidado com a postergação de compromissos a pagar para o futuro. Faça seu fluxo de caixa diário previsto para pelo menos 90 dias.

Capital de Giro: Nunca foi tão importante a gestão do capital de giro. Tenho trabalhado com clientes a recomendação para tratar a gestão do capital de giro em dois momentos:

1. Fazer Caixa Rápido Para Sobreviver

2. Alavancar-se Financeiramente Para Crescer, pois crescimento também faz um posto ou qualquer empresa quebrar.

Essa analise mais profunda demandaria um segundo momento para discutirmos, porém se você revendedor ficar atento a esses momentos e entender, grandes serão as chances de conseguir atingir os momentos no momento certo.

Apenas entenda que quanto mais caixa nesse momento, melhor! Não estamos no ano de 1988 em que o dinheiro perdia valor dia após dia em razão da super inflação.

Um lema mandatório nas finanças empresariais: Cash in King”, ou seja, em momentos de instabilidade, prefira investir em caixa a investir em outros ativos.

Como Saber o Momento de Investir em Estoque ou Caixa? Bom, no dia da publicação deste artigo, a tendência continua ser de baixa dos preços, ainda pela crise do petróleo atrelada ao baixo consumo, o que gera acumulo monstruoso dos estoques de combustíveis.

Portanto, minha recomendação é: Fique atento e pense como empresário cuidando dos números.

Anote isso: Revendedores desatentos quebram, enquanto revendedores atentos sobrevivem e prosperam.

Consulte especialistas que você costuma acompanhar diariamente!

Não especule e não siga o efeito manada. Antes de tomar qualquer decisão pare e pense: Qual será o impacto no meu caixa?

Lembre-se: Cash is King! Em tempos de vulnerabilidade, prefira caixa à demais ativos.

Fica a Dica! Não me segue no Instagram? Então comece a seguir hoje mesmo e tire suas dúvidas ou acompanhe conteúdos que fortalecem diariamente a gestão em postos de combustíveis: instagram.com/seupostodegasolina

Se ainda sim estiver com dúvidas e quer saber como melhorar esse fluxo de entradas e saídas de dinheiro e organizar o planejamento da gestão financeira, convido você a conhecer o CURSO GESTÃO FINANCEIRA PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS.

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