Love Brands, Casa do Pão de Queijo e Spoleto oferecem opções para rentabilizar o negócio

As grandes cidades costumam ter vias especializadas em determinados segmentos do comércio. Há a rua dos vendedores de luminárias, e aquela que vende objetos de decoração.

Rede de franquias oferece espaço dividido entre duas marcas

Apesar das lojas não dividirem o mesmo espaço físico, e concorrerem entre si, acabam, na verdade, se fortalecendo ao reforçar a ideia para o consumidor de que ele encontrará o que precisa no segmento naquela localidade.

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É o mesmo conceito seguido pelo co-branding, modelo de negócio importado dos Estados Unidos e que começa a conquistar franqueados também por aqui. Ele consiste, basicamente, em unir duas ou mais marcas em um mesmo espaço físico, de um mesmo grupo ou até de grupos diferentes.

Cardápio complementar

O modelo de negócio é muito comum na área de alimentação. Isso porque é mais fácil complementar a operação unindo duas marcas que vendem salgado e doce, ou culinárias bem diferentes, que atendem a paladares diversos. 

A Casa do Pão de Queijo já tem dez unidades que abrigam também a operação da marca Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, todas elas unidades da Casa do Pão de Queijo em shoppings que foram divididas entre as duas marcas, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na prancheta, estão cinco unidades, que já nascerão com as duas marcas.

A divisão é ajustada conforme a área disponível. Em lojas acima de 40 metros quadrados, as duas marcas podem ter balcões diferentes e dividir a área comum. Mas, em lojas menores, a marca secundária pode ficar em um corner (balcão de venda). 

Para o gerente de expansão do grupo Casa do Pão de Queijo, Ricardo Bertucci, o objetivo é rentabilizar o metro quadrado, importante em tempos de custos altos. “Acreditamos que o modelo deve ser dominante daqui para a frente”. 

Apesar da Casa do Pão de Queijo também vender sobremesas, a marca acredita que há um reforço da imagem que fideliza ainda mais o consumidor. 

A divisão das lojas é negociada caso a caso com o shopping. “Geralmente não há acréscimo do aluguel quando a loja é dividida. Mas existem casos em que é necessário dividir as duas lojas fisicamente. Neste caso, os custos do ponto também se dividem”, conta.

O custo do investimento, conta o executivo, é 30% maior para o franqueado. “Porém, existem lojas que, depois que dividiram a operação entre as duas marcas, aumentaram as vendas em 40%”, aponta. 

Marcas diferentes de franquias começam a ocupar o mesmo espaçoO modelo tem taxa de royalties e publicidade cobradas em dobro no caso da Casa do Pão de Queijo: são 2% para a Casa do Pão de Queijo e 5% para o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo sobre o faturamento bruto quando se trata de royalties, e 3% e 2% sobre o faturamento bruto, respectivamente, de taxa de publicidade.

Além de rentabilizar o investimento e diminuir custos, o modelo tem como objetivo, também, diluir o risco da operação, principalmente em novos shoppings.

O grupo Trigo, dono da marca de massas rápidas Spoleto também permite agregar as duas outras marcas do grupo, a de sushi Koni e a de pizza Domino’s, em uma mesma loja, em capitais e também no interior do País. A taxa de franquia se mantém a mesma, e há um ganho no custo da construção. O modelo também exige uma equipe menor. 

Dessa forma, é possível manter o fluxo ao longo do dia. Isso porque, enquanto a Domino’s é forte no jantar, a Spoleto acaba tendo mais movimentação na hora do almoço. A marca de sushi é mais flexível: recebe consumidores ao longo de todo o dia.

A Subway não possui parceria com outra marca, mas permite divisões de espaço na loja com marcas que pertencem a outros grupos. Atualmente, divide o mesmo ponto comercial com algumas lojas de cafés com marca própria ou franquias, lojas de conveniência e iogurterias frozen.

Sazonalidade menor

Outra opção é a Love Brands, união das marcas Imaginarium, de objetos decorativos; Puket, de vestuário, e Balonè, de acessórios femininos. Ela abriu sua primeira unidade no ano passado, em São José do Rio Pardo, em São Paulo, e já tem 14 em funcionamento. Nos próximos meses, serão inauguradas mais dez lojas. 

A operação foi criada para atender franqueados em cidades com 50 mil a 200 mil habitantes, no interior dos Estados. “O contrato do franqueado é com a empresa constituída. Ele só faz o pedido de mercadorias com cada marca de forma isolada, sem taxa de royalties e de publicidade”, diz o gerente de expansão, Marcelo Sarpe.

Foi uma maneira de estas marcas entrarem nestas cidades, que têm uma sazonalidade maior e podem não comportar uma franquia isolada. “Desta forma, temos opções de presentes para diversas datas comemorativas. O fluxo é mantido, e de forma econômica”, diz Sarpe.

O investimento médio na franquia da Love Brands é de R$ 200 mil, incluindo mobiliário, estoque inicial e reforma. “Só uma franquia Imaginarium pode custar R$ 300 mil. A diferença é significativa”.

Para o consultor especializado em varejo Claudio Felisoni, o modelo de negócio reflete uma tendência do mercado de se tornar mais complexo. “Em um mercado mais competitivo, ele tem que pensar não apenas na venda de produtos, mas também em oferecer serviços e ter um mix de parceiros”.

Esse, conta, é o maior risco do co-branding. “Uma loja pode perder a vantagem que teria de forma isolada caso o mix seja inadequado. Por isso, é importante este trabalho passar pela franqueadora”.

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