Nove postos de combustível, cerca de 15% dos que estão em funcionamento em Araçatuba, tiveram de fechar as portas entre 2018 e 2019.

O cenário negativo que está permeando esse tipo de estabelecimento pode ter acarretado mais de 100 demissões nos últimos 18 meses, de acordo com donos de postos da cidade, que estiveram recentemente na Folha da Região para entrevistas.

São inúmeras situações que dificultam a sobrevivência dos postos, deixando operadores se verem obrigados a encerrar os negócios. Como pontua um desses empresários, a queda de vendas ronda o mercado de revenda de combustível há aproximadamente 5 anos, em meio a crise econômica que o país ainda passa.

Ao somar a baixa demanda com o aumento de custos operacionais, os operadores de postos locais enfrentam o maior problema do negócio: perda de margem. “Não conseguimos trabalhar numa margem saudável, que seria de 50 a 60 centavos por litro da gasolina. Hoje, estamos com um valor em torno de 25 a 28, em piores casos, até 20”, explica um dos proprietários, quem vem fechando os últimos meses no vermelho devido ao preço defasado.

Outro fator agravante da situação são os preços excessivos das grandes companhias. Postos bandeirados (BR, Ipiranga, Shell, etc), que expõem a origem e exclusividade do produto, pagam mais caro pela qualidade e segurança da marca, o que dificulta ainda mais a lucratividade do negócio, já que a concorrência com postos de bandeira branca vem se tornando desleal. Esses postos, por não terem vínculo de exclusividade, compram combustível de qualquer distribuidora.

Segundo esses empresários ouvidos pela Folha, há casos de postos em Araçatuba e região que revendem combustível roubado e adulterado, logo, por se tratar apenas de um ponto para lavagem de dinheiro, praticam preços bem abaixo do mercado. “Não conseguimos elevar o valor para um patamar ideal de sobrevivência do posto. Nós, que operamos dentro de todos os conformes da lei, sofremos sem chance de competir com o que está acontecendo”, lamentam eles.

O fechamento de postos, muitas vezes, implica também no abandono da estrutura, pois é preciso realizar limpeza e retirada de tanques que exigem altos custos.

Logo, a crise que afeta o setor de abastecimento se estende como um problema de ordem ambiental. Um terreno, localizado próximo ao Mult Shop, onde funcionava um posto de combustível até um ano atrás, hoje está abandonado, utilizado como abrigo por moradores de rua à noite. Em uma das partes do prédio, na área de troca de óleo, há acúmulo de lixo misturado com garrafas de vidro, partes de cama e outros móveis.

Na Avenida dos Araçás, outro estabelecimento encontra-se abandonado, com parede de contenção depredada e mato alto, além de abrigar lixo. Para esses empresários, é triste essa situação. “A população se revolta quando subimos o preço. Queremos mostrar que não somos os vilões, somos submetidos a um preço que não é possível negociar. Com o restante dos obstáculos, como a existência de postos que funcionam de maneira incorreta, temos um negócio que não conseguimos manter no mercado de maneira saudável”, finaliza.

Fonte: Folha da Região

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