Claudio Reboredo, especialista em distribuição de combustíveis e lojas de conveniência, afirma que o setor na América Latina tem características próprias em relação aos EUA e Europa.

O segmento varejista do setor de distribuição de combustíveis na América Latina possui algumas particularidades que o diferencia de outros lugares do mundo, principalmente dos países da Europa e dos Estados Unidos.  Cerca de 70% da rentabilidade dos postos nos países latino-americanos advém da venda dos combustíveis. Entre os europeus e os norte-americanos, porém, esse mesmo percentual de rentabilidade é proveniente das lojas de conveniência. Os dados levantados pelo consultor Claudio Reboredo mostram ainda que, a exemplo do que já acontece na Europa e nos EUA, o setor de conveniência tem grande potencial de crescimento na América Latina, uma vez que esse mercado é relativamente pouco explorado por aqui, principalmente no Brasil.

As diferenças do perfil de negócios  entre essas regiões do mundo é um fato com o qual os expositores e visitantes da  Expopostos & Conveniência – Feira e Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência & Food Service devem levar em conta na hora de montar estratégias, planejar investimentos ou mesmo utilizar as informações para produzir eventuais análises de conjuntura econômica. O evento acontece entre os dias 15 e 17 de agosto, no São Paulo Expo.

Banner Loja de Conveniência.

Temas relacionados ao mercado de distribuição de combustíveis e de lojas de conveniência farão parte do Fórum Expopostos & Conveniência no painel “Desafios da Revenda na América Latina”, no dia 16 de agosto, a partir das 11h. Entre os expositores, estarão os representantes da CLAEC (Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis), que falarão dos mercados do México, Argentina, Equador e Peru. Já estão confirmados os nomes do executivo Renzo Lercari, especialista em mercado de combustível do Peru e Pablo Bornoroni, secretário de Assuntos Institucionais da CECHA (Confederación de Entidades del Comercio de Hidrocarburos y Afines de La República Argentina). A mediação desse painel ficará a cargo do jornalista Ricardo Boechat, âncora do Jornal da Band.

Os números sobre as lojas de conveniência no Brasil dão uma ideia do espaço que existe para o crescimento. Segundo levantamento do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), há cerca de 40 mil postos de combustíveis no país e mais de 7 mil lojas de conveniência. Ou seja, menos de 20% dos pontos de distribuição possuem esse tipo de loja.

Dados como esses demostram o mercado da América Latina como promissor quanto às suas potencialidades de crescimento, apesar da atual crise econômica em quase todos os países do continente.  De acordo com o consultor, o mercado de combustíveis tem uma relação direta e imediata com o crescimento econômico e logo que a recessão em vários países for debelada, haverá boas notícias. Reboredo é um especialista com quase 30 anos de experiência nos mercados da América Latina e dos EUA em distribuição de combustíveis e na indústria de lojas de conveniência. É membro do Conselho Latino Americano de Pesquisa em Varejo da Coca-Cola e fundou iniciativas globais da ExxonMobil para lojas de conveniência e treinamento.

Segundo ele, existem muitas áreas na América Latina onde a densidade de postos de combustível e de serviços é muito baixa, com potencial para implementar novos negócios. “Além disso, as lojas de conveniência têm uma genuína possibilidade de incrementar seus números na medida em que ingressa nos mercados mais desenvolvidos, como o do Brasil”, afirmou. Por outro lado, os clientes das lojas de conveniência também são “seduzidos” por muitos outros canais obrigando os proprietários a se esforçarem para captar esses consumidores, mais independentes e exigentes, completou Reboredo.

Ainda no caso brasileiro, Reboredo faz uma análise bastante positiva em relações aos outros países da região. “O Brasil está um passo à frente em um amplo processo de desregulação do mercado, e agora se encontra em uma fase muito mais madura, onde existe uma clara consolidação dos diferentes atores que atuam no setor”. O consultor destaca ainda que os mercados maduros também se deparam com desafios maiores como o de buscar maior eficiência, competência e ganho de escala nas operações.
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