Em junho de 2016, há exatos um ano e dois meses, a Ipiranga chacoalhou o mercado de combustíveis ao anunciar a compra da Ale Combustíveis por R$ 2,2 bilhões. O negócio foi parar nas mãos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e era dado como certo. Porém, na semana passada, a autarquia barrou o negócio por julgar que prejudicaria o consumidor em 12 estados. Marcelo Alecrim, fundador e CEO da Ale, uma companhia com 2036 postos e faturamento de R$ 12,4 bilhões em 2016, falou com a coluna:

O senhor imaginava que o Cade barraria a venda?
Se estivéssemos esperando isso, não teríamos fechado o negócio. Quem nos assessorou, dizia que passaria. Fomos pegos de surpresa. Não passaríamos um ano e dois meses esperando por um resultado negativo. Você sabe que uma coisa difícil nesse País é tocar uma empresa. Uma coisa mais difícil ainda é tocar uma empresa vendida.

Isso atrapalhou os planos da Ale? Atrasou os projetos futuros?
Sim, é lógico que atrapalhou. A gente sabia que ia sair do campo e não pensava mais no longo prazo. A empresa estava vendida e a gente se comprometia a entregar o que tinha vendido.

E agora, qual é o plano?
Agora é partir para cima. Todos os funcionários já estão comprometidos, sabem que é bola para frente e fazemos parte de uma empresa que está decidida a crescer e adquirir. Não há limites para a gente. Vamos crescer ao máximo. E nada de venda.

Arxo

Então o senhor não quer nem ouvir falar em vender a empresa?
Se alguém falar, está na rua (risos). A ordem agora é recuperar o tempo perdido.

Há planos para abrir o capital da empresa na bolsa de valores?
Se for interessante para o nosso business plan não tem o porquê a gente dizer que o IPO não é uma meta para a gente. A Ale foi vendida porque era uma empresa redonda. O Ultra (grupo dono da Ipiranga) comprou porque a Ale era lucrativa. Não deu certo, paciência. Agora, vamos meter o pé no acelerador.

(Nota publicada na Edição 1030 da Revista Dinheiro)

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