A Fecombustíveis, federação que representa cerca de 40 mil postos de combustíveis no país, afirmou nesta sexta-feira, 18, que a cobrança do CEO da Petrobras nas redes sociais por fiscalização nas bombas para garantir preços mais baixos pode gerar uma conotação equivocada sobre o funcionamento do setor, que opera em um mercado livre.

Jean Paul Prates afirmou na quinta-feira à noite na rede social X, antes conhecida como Twitter, que os preços dos postos do Rio de Janeiro jamais poderiam cobrar acima de R$ 6 o litro da gasolina agora, considerando cálculos da petroleira de impactos a partir de reajuste no valor médio cobrado por ela na venda às distribuidoras.

Na publicação, Prates afirmou que era “hora das autoridades competentes fiscalizarem e, se necessário, protegerem o consumidor”.

“É necessário enfatizar que o segmento de combustíveis passou por mudanças e não se pode cobrar preços uniformes do óleo diesel ou da gasolina em uma cidade, região ou em todo país”, disse a Fecombustíveis.

A entidade complementa: “A fala do presidente da Petrobras pode gerar uma conotação equivocada sobre o funcionamento do setor de combustíveis, além de incentivar ações de fiscalização nos postos, muitas vezes truculentas e desnecessárias, que chegam nos estabelecimentos acompanhados da polícia para checar os preços de bomba”.

A Petrobras anunciou um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras, a partir de quarta-feira.

Segundo Prates, o impacto médio do ajuste para a gasolina na porta das refinarias da Petrobras (de R$ 0,41 por litro) seria de R$ 0,30 por litro (considerando a mistura compulsória do etanol).

“Considerando a sua aplicação ao preço médio anterior do Rio (R$ 5,43), a nova média deveria ser de R$ 5,73 e jamais passar de R$ 6. A média Brasil estava em R$ 5,53 – portanto, R$ 5,83 reais pós”, disse ele na X.

A Fecombustíveis, porém, destacou que os custos das refinarias da Petrobras representam um terço do valor total pago pelo consumidor no preço de bomba, que depende de uma série de fatores como margens da distribuição e revenda, impostos, além da mistura de biocombustíveis.

“Esclarecemos que não se pode cobrar o repasse integral do aumento de preços nas refinarias da Petrobras porque as distribuidoras incluem outros custos, além do preço da Petrobras. Por conta da complexidade de precificação da cadeia, os postos dependem dos valores de combustíveis repassados pelas companhias distribuidoras”, disse a Fecombustíveis.

A federação destacou ainda que o Brasil conta com refinarias privadas, que se norteiam pelos custos do mercado internacional, além de importar cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina, o que também interfere na precificação dos custos das distribuidoras aos postos. A entidade também apontou uma alta carga tributária.

“Conforme realidade dos últimos dias, mesmo antes de a Petrobras implementar os reajustes da gasolina e do óleo diesel, os custos dos combustíveis no país vinham aumentando devido à entrada de produtos importados que se refletiam nos preços de bomba”, afirmou a Fecombustíveis.

Ao fim do posicionamento, a Fecombustíveis disse ainda que não interfere no mercado, não sugere preços, margens ou outras variáveis comerciais na composição dos preços de combustíveis.

Refinarias privadas vendem gasolina quase 12% acima do preço da Petrobrás

Dados do Observatório Social do Petróleo mostram que o diesel S-10 também está, em média, 9,8% acima do preço da estatal

Com sete reajustes consecutivos nos últimos 39 dias, o litro da gasolina vendida pelas refinarias privadas está custando, em média, 11,7% mais caro do que o da Petrobrás. Segundo dados do Observatório Social do Petróleo (OSP), isso significa uma diferença de R$ 0,34. O diesel S-10 também está acima do preço da estatal, em média 9,8%, totalizando cerca de R$ 0,37 a mais por litro.
De acordo com o levantamento do OSP, as refinarias privadas têm promovido aumentos sucessivos dos combustíveis nas últimas seis semanas, no período entre 13 de julho e 19 de agosto.

A única exceção à regra foi a 3R Petroleum, gestora da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, privatizada em junho, que reduziu o preço na semana retrasada e voltou a elevar o litro da gasolina na semana passada.

A Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, detém o maior aumento acumulado da gasolina nas seis semanas seguidas, de 25,6%, o equivalente a R$ 0,66 por litro. A Ream reajustou o preço em 24,9%, elevando o litro em R$ 0,67. Na 3R Petroleum, a alta da gasolina foi de 23,2%, subindo R$ 0,61 por litro.

Em relação ao S-10, a recordista de aumento no preço no período foi a Ream, com a marca de 32,9%, representando R$ 1,06 a cada litro do combustível. O reajuste da Acelen foi de 32,2%, o equivalente a R$ 0,99 por litro de diesel. A 3R não produz S-10.

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