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Estudos provam que ‘verticalização’ é ameaça à concorrência e pode acabar com os postos bandeira branca.

Quanto mais postos bandeira branca em uma cidade, menor tende a ser o preço médio dos combustíveis naquele município. Assim, o aumento da participação de grandes distribuidoras no varejo, caso a verticalização seja liberada pela ANP, pode elevar o preço do litro da gasolina, etanol e diesel para o consumidor. Acompanhe o raciocínio:

“Com a integração, as grandes distribuidoras poderiam controlar o preço de venda de seus postos (fato que não é possível hoje graças à legislação atual), permitindo a oferta de combustível a um preço mais baixo para os seus próprios postos e repassando esta redução de preços para o consumidor final. Prejudicariam, assim, os postos de bandeira branca e a concorrência advinda das pequenas distribuidoras emergentes”.

Além dessa consequência, também seriam prejudicados os postos administrados diretamente por revendedores, que comprariam produtos mais caros, resultando em preços finais mais altos. Essa é uma das principais conclusões do estudo “Impactos da Entrada de Distribuidoras de Combustíveis no Segmento de Revenda Varejista”, realizado pela empresa Tendências Consultoria Integrada, contratada pela Fecombustíveis e pelos sindicatos da revenda de todo o País para mostrar à ANP que a verticalização do mercado não trará mais competitividade e benefícios ao brasileiro.Ou seja, a tentativa de aumentar a concorrência permitindo a operação direta de postos por companhias pode ser um tiro no pé.

Segundo o relatório, os postos de bandeira branca desempenham um importante papel na promoção da concorrência, tanto na revenda varejista como na distribuição:

1) Facilitam a entrada de novas distribuidoras no mercado atacadista;

2) Ajudam a acirrar a concorrência no mercado varejista;

3) São estratégicos para combater o conluio.

Os consultores apontaram ainda o risco de postos e pequenas distribuidoras deixarem de existir diante do poder absoluto das grandes companhias atuando no varejo e na distribuição.

Diz a conclusão que “o exercício de poder de mercado pelas distribuidoras verticalizadas poderia provocar uma saída de players menores do mercado, reduzindo a competição e as opções do consumidor final e aumentando ainda mais a concentração de mercado. (…) Em um primeiro estágio, poderia resultar em um fechamento de mercado a partir do qual os postos de bandeira branca seriam expurgados por uma concorrência predatória. Uma vez concluído o fechamento de mercado (eliminando ou pelo menos reduzindo a participação de postos de bandeira branca), a entrada de novos agentes independentes (não vinculados às distribuidoras existentes) em um dos elos da cadeia produtiva seria muito mais difícil, pois uma nova distribuidora não teria a quem vender o seu combustível e um novo posto de revenda de bandeira branca não teria de quem comprar o combustível – ou seja, haveria um aumento das barreiras à entrada”.

Neste contexto, continua a análise, “a concorrência no mercado de revenda varejista passaria a existir não entre os postos individuais, mas sim entre os postos das diversas bandeiras, replicando a dinâmica do mercado de distribuição. (…) As grandes distribuidoras poderiam manter o seu equilíbrio econômico-financeiro praticando preços mais elevados nos mercados geográficos onde as pequenas distribuidoras não atuam. Esta prática não só expurgaria as pequenas distribuidoras existentes, mas também criaria uma reputação que inibiria a entrada de novas distribuidoras. O resultado deste comportamento seria um aumento da concentração de mercado, o que (…) levaria a uma elevação de preços, causando prejuízo ao consumidor”.

Resolver concentração da produção de combustíveis deveria estar à frente das alterações propostas para o varejo

Para garantir ampla defesa da posição da revenda frente à proposta de verticalização do mercado, com autorização às companhias para atuarem no varejo, a Fecombustíveis e seus sindicatos filiados, entre eles o Sindicombustíveis Resan, contrataram um segundo estudo, da G.O. Associados.

A conclusão se baseia na importância que os combustíveis assumiram no orçamento dos consumidores e, por isso, os postos revendedores se transformaram no foco das autoridades que buscam ampliar a competitividade e baixar os preços.Entretanto, diz o relatório, que a concentração da produção de combustíveis nas mãos da Petrobras está na base dos problemas do setor e isso não foi objeto das Tomadas Públicas de Contribuição da ANP.

“Pelo contrário, o que está em análise são medidas que podem prejudicar o único elo concorrencial da cadeia, que é o setor varejista. (…) O mesmo ocorreria com o fim da fidelidade à bandeira, que poderia induzir o consumidor a adquirir produto diferente daquele que estava esperando comprar. Aliás, no setor de varejo, a existência do posto Bandeira Branca torna sem sentido o fim da fidelidade à bandeira, pois o varejista é livre para decidir se quer se ligar a uma marca, e aderir às obrigações  decorrentes, ou se quer ficar livre para adquirir combustível de quem desejar”.

Assim, a conclusão da G.O. Associados é que enquanto as principais preocupações concorrenciais do mercado de combustíveis não forem abordadas pela ANP, “não se deve alterar a legislação existente, sob pena de prejudicar o funcionamento do mercado varejista”.

Fonte: POSTOS & SERVIÇOS

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O que você precisa saber sobre os postos bandeira branca

Os postos de combustíveis passaram por uma grande revolução no início dos anos 90, quando os preços desses produtos deixaram de ser tabelados e, consequentemente, houve aumento de competitividade. Nesse período surgiram os postos sem bandeira, conhecidos como “bandeira branca”, que não são vinculados a nenhuma grande rede. Por conta disso, as grandes marcas criaram uma imagem falsa de que os postos bandeira branca vendiam combustíveis adulterados. Hoje, esse argumento é infundado em virtude do rígido controle de qualidade a que todos os postos são submetidos.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS – Existem várias diferenças entre os postos com e sem bandeira. Quando o consumidor abastece em um estabelecimento bandeirado, ele está ciente da marca comercial que está utilizando, qual a origem do combustível e a exclusividade do produto. Dessa forma, se o consumidor abastecer seu veículo em postos distintos que possuem a mesma bandeira, saberá que o combustível é o mesmo.

Já os postos com bandeira branca não possuem exclusividade com distribuidoras. A escolha da marca costuma ser feita com base no preço e na qualidade do produto, portanto a origem do combustível pode ser diferente a cada dia. Por isso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) obriga esses postos a divulgarem a marca que está sendo comercializada nas bombas.

Um levantamento realizado no mês de janeiro na Grande Florianópolis avaliou a qualidade do combustível em 127 postos e não encontrou irregularidades em nenhum deles. Isso demonstra que a desconfiança que os consumidores têm dos postos bandeira branca não deve existir.

O CENÁRIO HOJE – Em 2016, foram abertos no Brasil quase mil novos postos de combustíveis sem marca, ou seja, “bandeira branca”. De acordo com as informações da ANP, o número de postos saltou de 16.171 para 17.134, totalizando 41,1% do mercado total no país. Os especialistas acreditam que esse número deverá aumentar ainda mais em virtude da crise econômica.

Na avaliação da presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio (Sindicomb), Maria Aparecida Siuffo Schneider, o aumento no número de postos bandeira branca é reflexo da atual crise econômica. Isso porque, diz ela, muitos donos de postos decidiram abrir mão de alguma marca para ter maior flexibilidade de preços e produtos.

Fonte: O Globo

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3 COMENTÁRIOS

  1. “Os consultores apontaram ainda o risco de postos e pequenas distribuidoras deixarem de existir diante do poder absoluto das grandes companhias atuando no varejo e na distribuição.” veja que comentário descabido.
    Aumenta-e a oferta de produto, cria-se padrão de preços mais competitivo na distribuição e revenda, entra no mercado empresas com capital suficiente para equanimizar a oferta de produto e quebrar o monopólio do setor. Segundo o comentário, isso é “risco”. Nenhuma distribuição tem interesse de dominar o mercado de distribuição.(nem poderia).(pra que serve agencia reguladora?). Uma criação do governo para fiscalizar a mãe da corrupção governada por corruptos, compactuados com cassistas ? Isso é devaneio de petralha. Bandeira Branca se incorporariam as noas oportunidades e não ficariam a merce de Petrobras, Shell e gigantes do conluio do Brasil. Nem na China.!

  2. Esse comentário descabido, classista, procura não estimular a quebra de cartelização do setor. Ao cliente final nada importa. As mezelas do estadismo PETROBRAS ainda não foi o suficiente para mostrar que a livre concorrência, o acesso a fontes de petróleo mais competitivo só seria ruim para a mãe da corrupção Brasileira, A Petrobras. Ela sim pode ser verticalizada, criar ramos para finalidades estampadas no mundo todo, de transporte, armazenamento, formação de preço, distorções normais e anormais do mercado, marcado pela corrupção e corruptos travestidos de “entendidos” que encontram os menores e mais ridículos argumentos para desproteger o investidor, o distribuidor, o revendedor, consequentemente o consumidor final.
    Bandeira Branca corre para o produto de qualidade a preços mais competitivos. Quem oferece isso no mercado? a Petrobras, a Shell, A Esso?
    Quem conhece as penúrias de um revendedor com margens ridículas e pressionados pelo cartel sabe do que falo.
    Um posto haje precisa vender ate remédios para sobreviver.
    Combustíveis empega o maior capital, tem o maior risco operacional e é apenas um item do posto. O empresario tem que se virar com pontos inadequados de ônibus, churrascarias grotescas, falte de higiene sanitária, venda de docinhos, suvenir, para sobreviver.
    Não tem a especialidade de atender ao cliente com a dignidade de um posto Europeu.
    E somos o quinto maior consumidor de combustíveis do planeta.
    Defender a Classe com os olhos míopes da corrupção é querer continuar enganando a todos. Primeiramente a si mesmo. Desonesto.

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