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Os problemas econômicos do Brasil e a mudança na política de preços da Petrobras, que tornaram os reajustes mais ágeis e seguidos, impactaram o consumo de combustíveis no País, especialmente o da gasolina.

Essa situação criou uma enorme dificuldade para os postos, levando inclusive ao fechamento de alguns estabelecimentos. O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, estima que cerca de 120 postos no Estado encerraram suas atividades no espaço de um ano, dentro de um universo de aproximadamente 2,8 mil unidades. Dois exemplos recentes encontrados pela reportagem foram postos da bandeira Ipiranga em Porto Alegre, na Avenida Assis Brasil, perto do viaduto Obirici, e na avenida Oscar Pereira, número 2728.

“O setor está atravessando uma crise sem precedentes“, alerta o dirigente. Além dos postos que fecharam, existem muitos estabelecimentos que Dal’Aqua chama de “semiabertos”, nos quais os proprietários somente operam quando têm dinheiro ou melhores condições para comprar combustível. “Esse é um cenário muito sério“, reitera.

O presidente do Sulpetro ressalta que o mercado dos revendedores de combustíveis sempre passou uma imagem para a sociedade que nunca enfrentou problemas, mas não é bem assim. Dal’Aqua atribui a intensificação da crise do segmento a partir da nova forma de precificar os combustíveis adotada pela Petrobras (desde julho do ano passado), fazendo reajustes mais constantes, alinhados às oscilações do mercado internacional.

Com essa estratégia, os postos acabaram perdendo margem de lucro, por não conseguirem repassar integralmente os aumentos. O presidente do Sulpetro frisa que custos, como trabalhistas e com cuidados ambientais, continuaram crescendo.Dal’Aqua afirma que, atualmente, muitos empresários não estão conseguindo vender seus negócios e por isso acabam fechando. O dirigente admite que a dificuldade em repassar os custos é por que o preço da gasolina está elevado para o consumidor final.

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De acordo com levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 21 e 27 de outubro, o preço médio do litro da gasolina no Rio Grande do Sul foi de R$ 4,93, sendo que a margem de comercialização dos revendedores foi de R$ 0,507. O restante da composição do custo do combustível é devido a remunerações das refinarias, distribuidoras e também impostos. Somente em tributos, federais e estadual (ICMS), Dal’Aqua calcula em cerca de 50% o reflexo no preço da gasolina. Essa situação também gera desemprego no setor. “Hoje em dia muitos postos já não têm mais gerentes, que são pessoas com maiores remunerações”, comenta o presidente do Sulpetro. O dirigente enfatiza que a maioria dos proprietários são pequenos e médios empresários, que tiveram que enxugar suas operações. Para melhorar esse panorama, Dal’Aqua adianta que será preciso aquecer a economia ou diminuir a carga tributária.

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Aumenta inadimplência de revendedores com distribuidoras

As distribuidoras (responsáveis pela adição do álcool anidro na gasolina que vem das refinarias e a posterior entrega do combustível aos postos) também estão sendo afetadas pelos problemas no setor. O presidente do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Rio Grande do Sul (Sindisul), Roberto Tonietto, informa que tem crescido a inadimplência dos revendedores com as distribuidoras, justamente devido à queda no consumo.

“Este ano tem sido bastante difícil, não só para a revenda, mas para a distribuição também”, reforça o empresário.

O presidente do Sindisul argumenta que a greve dos caminhoneiros no mês de maio agravou o panorama, causando o desabastecimento de vários estabelecimentos. Esse episódio contribuiu para a queda no uso de combustível. Conforme a ANP, de janeiro a agosto deste ano, houve uma redução de 4,9% no consumo de gasolina no Estado, se comparado ao mesmo período em 2017. Tonietto recorda que ocorreu uma elevação muito intensa dos custos dos derivados de petróleo no mercado internacional, que foi repassada para o cenário brasileiro. “Como os postos estão na ponta (da cadeia), com uma pressão enorme do consumidor, não conseguiram repassar todo o aumento que tiveram”, explica. O presidente do Sindisul espera pela retomada da economia e com isso o incremento no consumo de combustíveis.

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O diretor da consultoria ES-Petro, Edson Silva, também considera que as dificuldades dos postos intensificaram-se com a mudança da política de preços da Petrobras. O analista concorda que os revendedores não acompanharam a agilidade com que a estatal praticava os aumentos nas refinarias, quase que diariamente. “Essa situação exige um grau de profissionalização maior por parte dos postos, porque se compra por um preço hoje e não se sabe qual será o preço amanhã, isso criou uma instabilidade muito grande”, comenta Silva. De julho de 2017 ao final de outubro deste ano, o consultor afirma que a Petrobras praticou um reajuste acumulado na ordem de 38,6% na gasolina que sai da refinaria. Esse incremento, sem o devido repasse, implicou o endividamento dos postos, na inadimplência com as distribuidoras e no fechamento de estabelecimentos. Outra consequência, diz Silva, é que está ocorrendo a concentração de mercado nas redes com um número maior de postos.

Fonte:  Jornal do Comércio

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