Crianças queimadas compraram galão de álcool em posto, diz testemunhaGerente de posto de combustível nega ter vendido produto aos meninos. Yuri Santos, de 11 anos, uma das quatro crianças envolvidas no acidente que deixou dois meninos com 60% dos corpos queimados em Tapiratiba (SP), contou nesta segunda-feira (16) como aconteceu o episódio e afirmou que o álcool combustível que originou as chamas foi comprado em um posto de combustível. O dono nega, mas a Polícia Civil vai investigar a responsabilidade do estabelecimento e dos familiares das vítimas.

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O grupo foi para a casa de um dos meninos que mora com os avós. Os adultos haviam ido à igreja e trancado o imóvel, mas os garotos conseguiram entrar. A ideia era fazer um churrasco. “Pôs o carvão, jogou o álcool, riscou o palito. Tinha pegado, mas ele ficou jogando álcool e espirrou o fogo e ele jogou a garrafa”, disse Yuri sobre o acidente que vitimou o irmão dele e um amigo. Yuri contou que eles pegaram o carvão em um terreno abandonado. Já o galão de álcool, segundo o garoto, foi comprado por R$ 3 no posto de combustível localizado a menos de 50 metros da casa onde eles estavam. “[Ele falou para o frentista] encher a garrafa e [ele] encheu”, disse. O gerente do estabelecimento, Silas Valentim, negou a venda. Ele afirmou que parou de comercializar combustíveis em pequena quantidade desde a determinação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que proibiu o uso de vasilhames e determinou a venda apenas em galões específicos. “Não foi aqui no posto que eles compraram porque a gente não pode vender para ninguém, não temos o galão certo. Ele é comercializado só em Ribeirão Preto e é difícil as empresas trazerem para cá”, afirmou ao G1. Não existe lei que proíba a venda para crianças, mas o sindicato da categoria orienta os donos de postos a não entregar combustíveis para menores de 18 anos por se tratar de produto inflamável.

nconformada, a mãe de um dos meninos tenta entender o que aconteceu. “O frentista do posto não podia ter vendido álcool para uma criança de 9 e de 11 anos”, reclamou Vanessa Ovídio Santos. Consequências O irmão de Yuri, Natan Ovídio Santos, de 9 anos, machucou o braço esquerdo, os olhos, a boca e a orelha. O outro menino ferido, de 11 anos, morador do Jardim Soledade, sofreu queimaduras nos dois braços, nos olhos e na orelha. Yuri ficou com uma pequena marca no rosto e só não foi atingido porque estava mais afastado. O vizinho Marcelo Franco, motorista de ambulância, socorreu um dos garotos que, ainda com o corpo em chamas, saiu correndo para pedir ajuda. “Me deparei com fogo no rosto dele. Falei para ele não fazer mais nada, para tirar a roupa, porque o fogo vinha do short dele”, afirmou. Os dois meninos ficaram internados na Santa Casa de Tapiratiba e depois foram transferidos para o Hospital do Servidor, em São Paulo. Investigação A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a responsabilidade dos familiares e do posto de combustível. O delegado responsável pelo caso, Benedito Antônio Noronha Júnior, disse que os pais devem ser ouvidos assim que retornarem para Tapiratiba. Um relatório também será pedido ao Conselho Tutelar.

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