A gestão financeira é um dos pontos mais delicados para os proprietários e gestores de postos. Conduzir de forma correta é condição de sucesso ou fracasso para o revendedor.
Necessidade de capital de giro, cálculo da margem de contribuição, negociação de compra de produtos, como apurar o lucro ou prejuízo são decisões diárias que devem ser tomadas pelo gestores e que impactam diretamente no resultado financeiro do posto.
Para ajudá-lo neste processo de conhecimento e aprendizado financeiro o Portal Brasil Postos passa a publicar semanalmente conteúdos em vários formatos ( artigos, vídeos, e-books e webnarios ) escrito pelo Especialista em Gestão Financeira , ex revendedor e Consultor em Postos de Combustíveis Carlos Bispo. Nesta primeira publicação o consultor apresenta o risco de misturar as finanças pessoais com as finanças do posto. Boa Leitura.
Finanças Pessoais e Finanças do Posto de Combustível – A importância de Mantê-las Separadas.
Garantir uma gestão organizada financeiramente e com as contas no azul é primordial para um empreendedor no ramo de revenda de combustível ou de qualquer outra empresa. Esse aspecto favorece a empresa, no caso o posto, de alcançar seus objetivos de rentabilidade. Quando o assunto é finanças o empreendedor necessita se transformar em empresário, com uma visão voltada a garantir uma operação rentável e transparente, alavancando seus lucros e mantendo dinheiro em caixa para manutenção perfeita do seu capital de giro. Mas, para esse resultado ser alcançado com êxito, alguns pontos cruciais devem ser observados, nessa oportunidade vamos tratar um em específico.
# Não confundir o patrimônio da pessoa jurídica com o da pessoa física
Esse é um dos principais causadores de problemas financeiros que comprometem relevantemente a análise da operação de uma empresa, nesse caso do posto de combustível. A contabilidade financeira do posto deve estar totalmente “limpa” de números alheios à operação, permitindo uma melhor análise do desempenho da operação. Rege o principio contábil da entidade, que a contabilidade deve ter plena distinção e separação entre pessoa física e pessoa jurídica. Enfim, o patrimônio da empresa jamais se confunde com o dos seus sócios. A contabilidade da empresa registra somente os atos e os fatos ocorridos que se refiram ao patrimônio da empresa e não os relacionados com o patrimônio particular de seus sócios. Não se misturam transações de uma empresa com as de outra, mesmo que ambas sejam do mesmo grupo empresarial, é respeitada a individualidade. Em linhas gerais e traduzindo o principio acima, o dono do posto deve manter suas contas totalmente separadas das movimentações e registros do posto de combustível.
E como fazer isso? É simples, veja: O Proprietário mantem uma conta na pessoa física para realizar transações de pagamento das despesas pessoais. Essa conta é abastecida por transferências vindas da empresa do posto de combustível. Em forma de retirada, e de acordo com o fluxo de caixa ideal, o proprietário realiza uma transferência de recursos saindo da pessoa jurídica para pessoa física. Dessa forma será necessário registrar no posto esse único evento que poderá ser contabilizado como salário ou retirada. Simples assim!
Qual o benefício dessa simples estruturação financeira?
Aplicando essa regra, torna-se muito mais fácil apurar de maneira limpa o resultado gerado pelo posto, sem qualquer interferência de eventos que não pertencem às atividades do posto. Dessa forma, gera-se a comparabilidade, ou seja, é possível realizar comparações entre os meses e identificar variações pontuais e exatas para serem verificadas e alinhadas na operação. Permite ainda, diretamente ao proprietário controlar seus gastos pessoais, pois terá o número contabilizado, ou seja, terá o real valor retirado e assim poderá avaliar se está alinhado com a realidade financeira do posto ou se até mesmo está gastando além do que deveria.
Quais os impactos para aqueles proprietários que não aplicam essa estrutura financeira?
Simples de responder, empiricamente é comprovado que grande parte dos problemas financeiros causados no posto decorre da falta de controle e análise das finanças, tanto do posto, quanto das finanças pessoais do proprietário, e na maior parte desses problemas possuem como origem a retirada exagerada. Sem o controle, o proprietário administra no “achismo”, ou seja, acha que gastou X, porém é constatado que o achismo nunca é exato, podendo esse número ser acrescido em até 30% em desvio estatístico. Outro problema gerado é que o proprietário ou gestor não conseguirá apurar um resultado limpo, que pontualmente apresenta apenas o resultado gerado pelas atividades da empresa.
Portanto, se você é um proprietário ou gestor de posto de combustível, recomendo fortemente que estruture as finanças do seu posto, a fim de garantir transparência e governança nas informações dos resultados, separando as finanças pessoais para com as finanças da empresa, claro, seu posto de combustível.
Fica a dica!
