Bolsonaro sanciona com veto projeto sobre venda direta de etanol

Segundo comunicado da Presidência, veto se deu porque cooperativas possuem direito às exclusões, que costumam zerar a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins

Segundo a nota, PL criaria uma renúncia fiscal sem a devida previsão orçamentária

O presidente Jair Bolsonaro sancionou com veto o projeto de lei sobre operações de compra e venda de etanol, mas a restrição a um dispositivo não impedirá a comercialização direta por produtores do biocombustível, segundo nota da Presidência da República.

“Visando à adequação quanto à constitucionalidade e ao interesse público, o presidente da República vetou os dispositivos que tratavam da venda direta e estendiam essa permissão para as cooperativas produtoras ou comercializadoras de etanol”, afirmou a nota da Presidência da República.

Segundo o comunicado, o veto se deu porque as cooperativas possuem direito às exclusões, que geralmente reduzem a zero a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

“A propositura legislativa, assim, criaria uma renúncia fiscal sem a devida previsão orçamentária, o que viola o art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como a constitucionalidade, visto que distorce a concorrência setorial, em desacordo com o inciso IV do art. 170 da Constituição Federal”, acrescentou.

Contudo, a Presidência destacou que o veto “não impedirá” as operações de venda direta de etanol, uma vez que tal assunto poderá ser normatizado pela reguladora ANP, que já disciplinou essa matéria por meio de resolução.

Especialistas ouvidos anteriormente pela Reuters, antes do anúncio do veto, haviam dito que a medida não deveria atingir o objetivo pretendido pelo governo de redução dos preços dos combustíveis em grandes pólos consumidores, e ainda poderia aumentar riscos de sonegação de tributos.

A Presidência da República acrescentou que Bolsonaro sancionou a parte do projeto de lei que muda a sistemática de cobrança do PIS/Cofins para evitar perda de arrecadação e distorções competitivas, tanto ao importador, caso exerça função de distribuidor, quanto ao revendedor varejista que fizer a importação, os quais deverão pagar as respectivas alíquotas de PIS/Cofins devidas.

Receita bloqueia cooperativas da venda direta de etanol e veto presidencial irá ao Congresso

Etanol

À beira de sancionar a venda direta de etanol, depois de editar Medida Provisória (MP) autorizando e aprovada nas duas casas legislativas, o presidente Jair Bolsonaro a vetou parcialmente a pedido da Receita Federal (RF), em nota técnica enviada ontem. O executivo é obrigado não sancionar para não incorrer em irresponsabilidade fiscal.

O prejuízo ficou para as cooperativas, porque o veto diz respeito às usinas em operação pelo sistema cooperativista, que já não operam sendo tributadas pelo Pis/Cofins e o órgão arrecadador entendeu que haveria um acréscimo de renúncia fiscal ao governo, bem como quebraria a equilíbrio competitivo do mercado com as demais usinas.

Os detalhes tributários, no entanto, já haviam sido comprovados como não prejudiciais ao governo e isonômicos, inclusive com apoio dos ministérios da Agricultura e de Minas e Energia.

“A Receita falou em bilhões de prejuízos, o que é uma mentira, já que as cooperativas representam apenas 0,9% do total de etanol produzido do país, considerando anidro e hidratado e, lembrando ainda, que nem todo hidratado seria vendido diretamente aos postos”, reclama Alexandre Lima, presidente da Feplana (dos produtores nacionais de cana) e da usina cooperativada Coaf, de Pernambuco.

Agora, o caminho é buscar a derrubada do veto do Executivo através, novamente, do Congresso, o que, segundo o empresário, certamente terá sucesso, só que posterga ainda mais a indefinição do processo que veio para ajudar a atenuar as altas do biocombustível tirando parte das vendas feitas pelas distribuidoras.

Fonte: moneytimes.com.br

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