Greves, escassez de combustível, mudanças regulatórias e eventos inesperados

O setor de combustíveis é altamente sensível a fatores externos. Greves, rupturas no abastecimento, mudanças regulatórias ou eventos climáticos extremos podem paralisar operações, afetar o faturamento e comprometer a confiança do cliente.

Por isso, mais do que reagir, gestores de postos de combustíveis precisam estar preparados para lidar estrategicamente com situações críticas. A gestão de crise, quando bem estruturada, é o que separa operações resilientes das que ficam vulneráveis e perdem competitividade.

Entendendo o impacto das crises no setor

Em um estudo da Fundação Dom Cabral, 73% das empresas afirmaram que não estavam preparadas para a última grande crise enfrentada. No setor de combustíveis, a greve dos caminhoneiros em 2018 é um exemplo marcante: postos que não tinham estoques estratégicos, comunicação clara ou planos alternativos, simplesmente fecharam as portas por dias.

As principais crises que podem afetar um posto incluem:

  • Greves e paralisações logísticas 
  • Escassez de combustíveis por problemas em refinarias ou distribuição 
  • Crises climáticas que interrompem o tráfego rodoviário 
  • Mudanças abruptas em leis e regulamentações (ambientais, fiscais, trabalhistas) 
  • Incidentes operacionais (vazamentos, contaminação de solo, acidentes na pista) 
  • Crises de imagem (avaliações negativas, denúncias, boatos nas redes) 

Etapas fundamentais para uma gestão de crise eficaz

1. Antecipação e análise de riscos

A primeira etapa de uma gestão de crise eficaz é antecipar os cenários mais prováveis e seus impactos operacionais. Para isso, é importante criar um mapa de risco, identificando:

  • Ponto de vulnerabilidade no abastecimento 
  • Dependência de fornecedores únicos 
  • Procedimentos críticos (armazenamento, segurança, atendimento) 
  • Regras locais e fiscais que afetam a operação

Dica: o uso de ferramentas analíticas como o SGA BI permite acompanhar em tempo real a performance da operação e detectar desvios, facilitando a tomada de decisão em cenários atípicos.

2. Plano de contingência: você tem um?

Todo posto — especialmente redes com mais de uma unidade — deve manter um plano de contingência documentado, com ações claras para cada tipo de crise. Esse plano deve conter:

  • Procedimentos para operar com estoque limitado 
  • Contatos alternativos de fornecedores e distribuidores 
  • Estratégia de comunicação com a equipe e com os clientes 
  • Plano de revezamento de equipe em caso de falta de pessoal 
  • Orientações para questões legais e ambientais emergenciais

Importante: o plano deve ser revisado anualmente e testado periodicamente, como se fosse um simulado. Crises não avisam quando vão acontecer.

3. Comunicação é chave

Em momentos de crise, a transparência é um dos ativos mais valiosos. A maneira como o posto se comunica com:

  • Clientes 
  • Colaboradores 
  • Fornecedores 
  • Autoridades locais 

…define a percepção que ficará da marca após o ocorrido.

Use redes sociais, painéis digitais, aplicativos e até grupos de WhatsApp para informar atualizações, medidas adotadas, prazos estimados de normalização e canais oficiais de atendimento.

4. Controle financeiro e fluxo de caixa

Toda crise tem impacto financeiro. Por isso, é essencial que a operação mantenha:

  • Reservas para emergência (especialmente em redes com margens já pressionadas) 
  • Controle rigoroso de custos e inadimplência 
  • Monitoramento diário de fluxo de caixa e projeções de curto prazo

Soluções como o SGA Multiempresa, voltadas para gestão centralizada de redes, permitem que o gestor tenha visão consolidada e controle financeiro unificado, fundamental em períodos de instabilidade.

5. Treinamento de equipe para agir com agilidade

Crises exigem decisões rápidas — e isso só é possível com uma equipe treinada e empoderada. Capacite seus líderes operacionais para lidar com imprevistos, mantendo a calma, a produtividade e a segurança da equipe.

Além disso, criar um comitê de resposta rápida (ainda que informal) com líderes de pista, loja e área administrativa pode acelerar ações táticas e comunicação interna.

Pós-crise: aprendizados e melhoria contínua

Toda crise, mesmo que superada, precisa ser documentada e analisada. Avaliar o que funcionou e o que não funcionou é essencial para fortalecer o negócio a longo prazo. Algumas perguntas-chave no pós-crise:

  • O plano de contingência foi suficiente? 
  • Onde perdemos mais recursos? 
  • Houve falhas na comunicação? 
  • A reputação foi impactada? Como reverter isso? 

Crie um relatório simples de avaliação da crise e utilize-o como base para revisões futuras. A gestão de postos precisa ser dinâmica, e as crises, embora indesejadas, são também fontes valiosas de aprendizado.

Conclusão

Gerenciar um posto de combustíveis vai muito além de controlar bombas e estoque. É preciso estar preparado para agir com rapidez e inteligência em momentos de pressão.

Com um plano de crise estruturado, ferramentas de monitoramento e gestão, e uma equipe alinhada, o posto não apenas sobrevive aos imprevistos — ele fortalece sua posição no mercado.

Em tempos desafiadores, os negócios mais resilientes são aqueles que planejam, comunicam e agem com estratégia. E o seu posto, está preparado?

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