Mesmo com os aumentos em diversos produtos, os revendedores têm conseguido manter a clientela ou ter menos perdas por meio da diversificação do mix de produtos, substituição de marcas por similares com custos mais acessíveis e promoções .

Não é só a alta dos combustíveis que está pesando no bolso dos brasileiros.

Os preços mais altos dos alimentos e bebidas também estão atingindo não somente os consumidores, mas também o mercado de lojas de conveniência, o que exige do revendedor mais jogo de cintura e novas estratégias para não perder a clientela.

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De janeiro a outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice de inflação, somou 8,24%; nos últimos 12 meses atingiu 10,67%. O setor de alimentos é o segundo maior peso no IPCA. Os três produtos que mais subiram, no acumulado do ano até outubro foram: açúcar refinado (41%), café moído (29,8%) e tomate (28,7%).

Pelas projeções dos economistas, o IPCA deve continuar subindo e encerrar 2021 em 9,5%. Neste contexto de evolução da inflação, o reflexo na renda e no consumo do varejo é praticamente inevitável. “A inflação onera mais quem ganha menos, impactando principalmente a população de baixa renda. Sem dúvida, os pequenos negócios e as lojas de conveniência acabam sendo prejudicados. Ou seja, o objetivo da conveniência passa a ter menor importância, em função da renda reduzida do consumidor e da maior sensibilidade a preços”, explicou Claudio Felisoni, economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar).

MUDANÇAS DE ESTRATÉGIAS OU PROMOÇÕES SÃO ESSENCIAIS 

Apesar de as projeções não serem muito animadoras, alguns revendedores estão driblando as dificuldades da inflação, com a diversificação do mix, troca dos produtos mais caros por similares a custos mais acessíveis e inclusão de novidades, para manter a clientela ou atrair novos clientes. 

Revendedor há anos no Rio de Janeiro, Manuel Vilela tem lojas da BR Mania. Ele conta que, neste ano, as vendas nas lojas de conveniência estão em recuperação. No entanto, com a inflação generalizada e os aumentos dos fornecedores, não foi possível segurar os preços, o que o fez repassar as altas para o consumidor. Ao mesmo tempo, para manter a atratividade dos produtos para os clientes, uma das alternativas foi investir em promoções das mercadorias de menor giro. 

Além disso, os fornecedores de grandes marcas também baixaram os preços em algumas linhas.

“Todas as grandes empresas também lançaram promoções de um ou dois produtos “, disse.

De acordo com Vilela, as vendas dos combustíveis, especificamente da gasolina, continuam 30% abaixo do período pré-pandemia em seus postos.

Com o recuo da comercialização, houve necessidade de reduzir a equipe de funcionários. Já as lojas de conveniência conseguiram retomar as vendas porque representaram uma alternativa para o período de menor circulação das pessoas durante a pandemia.

“As lojas de conveniência tiveram uma vantagem, não havia aglomeração e permaneceram abertas. Em janeiro, as vendas da conveniência tinham caído cerca de 20%. Hoje, as lojas estão nos ajudando muito, compensando parte da queda das vendas da gasolina”, disse. 

A característica de mercado de vizinhança pode criar um elo de proximidade com os moradores do bairro, principalmente quando há uma rotina na loja. Foi o caso João Vicente Beltrão, revendedor da Aghora Conveniência, que citou que a padaria que funciona dentro da loja tem ajudado a manter a clientela.

“Por termos nosso foco no pão, todos os meus clientes são aqui do bairro e não tive queda acentuada nas vendas”, destacou.

Segundo Beltrão, a queda mais significativa foi observada no posto, por conta das altas dos combustíveis. 

Já as vendas da loja de conveniência, mesmo com a inflação, estão sendo administradas, pois as altas “não impedem o consumidor de comprar um salgado ou experimentar um novo produto”. Para manter a clientela, ele investe na diversificação do mix.

“Tivemos que nos adaptar, mas não trocamos de fornecedores, porque oferecemos produtos de qualidade. Apostamos na diversificação de produtos para não ficar na mesmice. Um item novo pode ter preço diferente, pois o cliente não tem parâmetro de comparação. Estamos vendendo salgados integrais, que além de muito saborosos, agradam ao público que se preocupa em melhorar a alimentação. São essas iniciativas que não afastam e, pelo contrário, ajudam a manter os nossos clientes e atrair novos”, destacou.

Muitos revendedores optaram pela diversificação do mix de produtos ou troca de marcas da mesma categoria por custos mais baixos

FATURAMENTO MENOR RESULTA DE MUDANÇA DE HÁBITOS 

A inflação não tem atingido de forma agressiva as lojas de conveniência da rede VIP 24h, do Rio Grande do Sul. De acordo com André Gevaerd, sócio-diretor da empresa, os produtos de maior giro (cerca de 60%), como cigarros e bebidas alcoólicas e não alcoólicas, não tiveram grandes reajustes. 

Além disso, a linha de fast food, bem forte na rede, com salgados e pães de queijo, também não teve aumento significativo, como ocorre com a carne e com os combustíveis, que subiram mais de 60%. No entanto, Gevaerd destaca que a movimentação dos clientes ainda não retornou à normalidade por conta da pandemia. 

“O que acontece é que a circulação de pessoas durante madrugada não voltou ao normal. As lojas estão sofrendo mais nesse período. O faturamento está cerca de 20% menor em relação ao período anterior à pandemia. As vendas ainda não foram retomadas em função da mudança de hábito e das proibições noturnas”, destacou.

Ele também observa que, nos últimos dois meses, houve uma redução do movimento do posto na área do abastecimento pelos aumentos de preços da gasolina. Com menos clientes abastecendo, pode reverberar em menos consumo na loja de conveniência. 

“Não sabemos, neste caso, afirmar quanto o aumento de preços dos combustíveis está afetando o desempenho nas vendas na loja. É uma linha muito tênue”, disse.

Para manter a fidelidade da clientela, a rede VIP 24h aposta no posicionamento estratégico da empresa. “Mantemos os postos muito arrumados e limpos e temos uma excelente qualidade de atendimento. São estes fatores que fazem com que a gente perca menos”, disse. 

Com 145 lojas de conveniência no Sul do país, a rede de postos SIM tem percebido o impacto da inflação nos produtos das lojas da rede.

Diego Argenta, diretor de Varejo da empresa, avalia que as vendas estão 5% abaixo da meta traçada para este período. Entretanto, a organização espera melhora, com a entrada do 13o salário, férias e festas de final de ano. “Dentro do retorno ao novo normal, ainda há espaço para crescer. É óbvio que o consumidor está gastando com as necessidades mais básicas. Porém, acreditamos em um final de ano melhor, mas não no mesmo apetite pré-pandemia, principalmente porque os combustíveis estão pesando muito no bolso do consumidor”, disse. 

Para amenizar a alta de preços, Argenta destaca a substituição de itens da mesma linha por outros de marcas similares, com custos mais acessíveis, além da diversificação de produtos.

“Entendemos que o nosso conceito de loja de conveniência é construído todos os dias. Toda semana implementamos novos produtos e novas soluções. O nosso propósito é facilitar a vida das pessoas e, nesse contexto, a ampliação do mix é um desafio constante. O ponto principal é sempre olhar para o consumidor com atenção. A loja de conveniência, neste momento, é fundamental para o varejo dos combustíveis”, enfatizou.

Fonte – Revista Combustíveis & Conveniência


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