Recuo coloca a Petrobras em posição mais confortável, diminuindo diferença de preços em relação aos concorrentes internacionais
O cessar-fogo anunciado por Donald Trump no conflito entre Irã x Israel-EUA tirou a tensão sobre o preço do barril do petróleo, que até esta segunda-feira (23) estava em torno de US$ 75 (brent) e, nesta terça-feira (24), caiu para cerca de US$ 67. Esse recuo coloca a Petrobras em posição mais confortável, diminuindo a disparidade em relação aos preços internacionais.
Nesta terça, a defasagem caiu para 11% no diesel e 3% para a gasolina, em média, chegando a patamar semelhante ao praticado na semana passada, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Na segunda-feira, a diferença tinha chegado a 18% no diesel e 9% na gasolina.
Defasagem média PPI X preço doméstico | ||
Data | Diesel | Gasolina |
24/3 | -11% | -3% |
23/6 | -18% | -9% |
20/6 | -17% | -7% |
18/6 | -17% | -6% |
17/6 | -12% | -4% |
16/6 | -12% | -5% |
Fonte: Abicom |
Desempenho
A redução da disparidade colocou a Petrobras em destaque no mercado de curto prazo em relação aos seus pares, impulsionada também pela perspectiva de pagamento de dividendos extraordinários, que não estavam previstos inicialmente, avalia Fernando Marx, contribuidor TC.
No entanto, a petrolífera de melhor performance em 2025 é a Prio, a única positiva no ano apesar do petróleo, afirma Marx. A performance é sustentada por perspectivas operacionais robustas e expansão da produção. Já a Brava Energia enfrenta dificuldades, necessitando de preços do petróleo mais elevados para gerar caixa e reduzir seu endividamento.

Cenário futuro
Para o economista Walter de Vitto, sócio da Tendências, o cenário futuro indica maior estabilidade nos preços do petróleo, caso o conflito não volte a escalar.
Ele cita um “quadro de excesso de oferta”, impulsionado pelo aumento da produção dos países que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e pela reversão da política da Opep de cortes de produção.
Além disso, a demanda por combustível fóssil está crescendo pouco devido à desaceleração econômica e à descarbonização.
“Com a economia mundial crescendo menos, em termos de atividade, isso implica em menor demanda por energia de um modo geral. Tem também a descarbonização, que já tem mostrado impactos no mercado de derivados de petróleo. O quadro que agora está se materializando nos últimos anos e a perspectiva para o ano é de preços de petróleo acomodados se o conflito não voltar”, avalia.
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Fonte: https://www.infomoney.com.br/