Mercado de combustíveis registra aumento da concorrência e leve recuperação da Vibra em abril
Com avanço sobre concorrentes e crescimento em gasolina e diesel, Vibra tenta retomar espaço num setor cada vez mais disputado.
O mercado brasileiro de distribuição de combustíveis continua passando por uma significativa transformação, marcada por uma concorrência crescente e a entrada de novas bandeiras. Em meio a esse cenário mais desafiador, a Vibra Energia — que opera a tradicional marca BR — apresentou sinais de recuperação em sua participação de mercado no mês de abril, após um período de retração registrado no início de 2025.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a participação da Vibra no mercado nacional de gasolina cresceu de 21,05% em março para 21,68% em abril. Em contrapartida, suas principais concorrentes observaram uma leve redução no mesmo período: a Ipiranga recuou de 16,7% para 16,33%, e a Raízen, licenciada da marca Shell, caiu de 15,2% para 14,94%.
Essa movimentação ocorre em um ambiente de crescente fragmentação no setor, impulsionado pela entrada de novas bandeiras e pela expansão de distribuidoras regionais. Marcas como Petronas e Texaco, que retornou ao Brasil sob controle do mesmo grupo da Ipiranga, estão aumentando sua presença no país. Distribuidoras regionais como a Larco, na Bahia, e a SIM, no Rio Grande do Sul, também vêm conquistando espaço, sobretudo com estratégias de nicho e atuação local mais próxima dos consumidores.
Além da gasolina, o desempenho da Vibra também melhorou no segmento de diesel. Segundo relatório de analistas do Itaú BBA, a empresa teve crescimento em todos os subsegmentos desse mercado em abril: avanço de 0,8 ponto percentual no varejo, 2,2 pontos no segmento B2B e 1,4 ponto no chamado TRR (Transportador Revendedor Retalhista), que comercializa combustíveis a granel em porções fracionadas.
No ciclo Otto — que engloba gasolina e etanol —, a Vibra apresentou alta de 0,5 ponto percentual na sua fatia de mercado no segmento de varejo em comparação ao mês anterior. Especialistas destacam que a implementação da tributação monofásica sobre o etanol hidratado, iniciada em 1º de maio, pode favorecer as grandes distribuidoras no curto prazo, contribuindo para o ganho de participação de empresas com maior estrutura logística e capilaridade, como é o caso da Vibra.
A competição mais acirrada no setor tem provocado uma redução na concentração de mercado entre as três maiores distribuidoras — Vibra, Ipiranga e Raízen. De acordo com dados consolidados, essas empresas representavam 55,9% da distribuição nacional de combustíveis no ano anterior. Esse percentual caiu para 52% em 2024, refletindo o avanço de players menores e o fortalecimento de marcas independentes.
Analistas atribuem essa mudança à busca por preços mais competitivos, maior personalização no atendimento e novas experiências de consumo, fatores que têm levado consumidores e revendedores a explorar alternativas às grandes bandeiras tradicionais. O mercado, portanto, segue em um processo de diversificação e descentralização, exigindo das líderes históricas uma adaptação contínua para manter relevância em um setor cada vez mais dinâmico.
Fontes: Diário do Povo | Noticias; O Globo Online | Blogs / Capital | Por Rennan Setti
