O preço dos combustíveis foi assunto durante o ano de 2021: os valores altos pesaram no bolso do consumidor e tiveram reflexos em outros produtos, pressionando a inflação.

Preço do petróleo e do dólar interferem no valor do litro da gasolina para o consumidor - iStock
Preço do petróleo e do dólar interferem no valor do litro da gasolina para o consumidor
E em 2022, os preços devem continuar altos? Há chances de a gasolina atingir os R$ 10 por litro? O UOL ouviu especialistas para saber quais são as perspectivas para este ano. Veja o que eles dizem.

Economista prevê alta de até 8%

Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, projeta que deve haver alta entre 6% e 8% no preço da gasolina em 2022 —bem abaixo dos 45,9% registrados em 2021, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)

O que a gente espera para 2022 é uma inflação menos relevante. Até o momento, nos parece que a gasolina não deve chegar aos R$ 10.

Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos.

Rodrigo Leão, pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), ligado à FUP (Federação Única dos Petroleiros), afirma que há um nível de incerteza muito grande no mercado.

“Mas, se eu tivesse que apostar, diria que o cenário é de maior estabilização do preço em 2022. Acho improvável um grande aumento. Mas é só uma hipótese”, declara.

Preço do petróleo tem grande oscilação

A questão é que tanto o petróleo quanto o dólar são sensíveis a vários componentes.

No caso do petróleo, decisões de países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e de outros produtores, como Rússia e EUA, acabam interferindo no preço.

Helder Queiroz, professor do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que foi diretor da ANP entre 2011 e 2015, diz que a variação no preço do petróleo tem sido muito alta.

Em 2021, por exemplo, a cotação do petróleo tipo brent saiu de US$ 56 no começo do ano para cerca de US$ 70 em dezembro. Em outubro, o barril chegou a ficar perto dos US$ 85.

É muito difícil fazer qualquer previsão sobre o petróleo porque o mercado está muito nervoso. Qualquer informação sobre fatores que podem afetar a retomada do crescimento econômico, como a variante ômicron, acabam tendo um efeito de curto prazo muito grande.

Helder Queiroz, da UFRJ.

Pandemia interfere

Segundo Queiroz, um fator que deve ter grande impacto sobre o preço do petróleo é o desenrolar da pandemia. Se variantes do coronavírus provocarem novas restrições de circulação, a tendência é de que a demanda diminua, o que puxa o preço para baixo.

“Mas se a crise [do coronavírus] for resolvida, a gente pode pensar em um patamar de US$ 80 para o petróleo durante 2022”, afirma.

As previsões do preço do petróleo para 2022 mostram o quanto o cenário é incerto.

A Energy Information Administration, do governo dos EUA, prevê estabilidade no preço, estimando que o valor do barril fique em US$ 70 em 2022. O banco JP Morgan fala em outro extremo, com aumento do preço a US$ 125.

Há muita incerteza. Então, se o preço subir, poderemos ter uma situação dramática no país. Mas por outro lado pode haver uma estabilização ou até mesmo uma queda.

Rodrigo Leão, do Ineep.

Dólar é sensível a questões políticas.

O dólar também pode sofrer grandes variações, especialmente por fatores políticos. Davi Lelis, sócio e especialista da Valor Investimentos, afirma que a perspectiva para 2022 é de muita incerteza, principalmente por se tratar de um ano eleitoral no Brasil.

Na semana do dia 17 de dezembro, o boletim Focus do Banco Central, que aponta as expectativas do mercado, mostrava que a mediana das projeções é de que o dólar fique em R$ 5,57 em 2022. Mas havia estimativas de R$ 4 ou até R$ 6,32.

O mercado não gosta de ruídos, porque eles geram incerteza e instabilidade. E em ano eleitoral a tendência sempre é de haver muita incerteza, por dúvidas sobre as propostas econômicas dos diferentes candidatos. Sempre acaba havendo uma pressão sobre o dólar.

Helder Queiroz, da UFRJ.

Venda de refinarias da Petrobras

Segundo Leão, do Ineep, a venda de refinarias da Petrobras também pode acabar interferindo no preço.

“Se a Petrobras conseguir vender outras refinarias, pode haver uma mudança na dinâmica de preços, que ficarão cada vez mais regionalizados e menos nacionais”, diz.

Em 2019, a Petrobras decidiu vender oito de suas 13 refinarias. Até agora, a empresa conseguiu vender três: a Rlam (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia; a Reman (Refinaria Isaac Sabbá), no Amazonas; e a SIX (Unidade de Industrialização do Xisto), no Paraná.

Fonte: Economia Uol

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